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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

CRÍTICA DE CINEMA : NOSSO LAR



Publicado: Terça-feira, 31 de agosto de 2010

Mensagem transmitida a mundos paralelos

Ousadia e coragem. Essas duas palavras podem definir a adaptação cinematográfica de Nosso Lar. O filme, baseado na obra homônima de Chico Xavier, é ousado porque traz efeitos especiais bem produzidos e cenários dignos de Hollywood. Corajoso também ao adaptar um dos livros mais importantes do espiritismo, traduzido para dezenas de outras línguas e que já está na sua 60ª edição. Sem contar que tratar sobre espiritismo no maior país católico do mundo não é para qualquer equipe de cinema.

Não dá para negar: Nosso Lar é um filme pretensioso. E por conta disso deixa a desejar em alguns aspectos. A história se passa entre as décadas de 1930 e 1940 e centra-se no personagem André Luis, que após morrer desperta no umbra (algo parecido com o purgatório), um lugar sombrio e escuro para almas que precisam aceitar a passagem para o mundo espiritual. Privações não vão faltar a André Luis, até que ele reconheça verdadeiramente que precisa ser curado.

Então uma equipe enviada pelo Nosso Lar, busca o homem, que irá passar por uma verdadeira transformação espiritual. O Nosso Lar é um local parecido com uma colônia em forma de cidade futurística. O filme aproveita André Luis para demonstrar aos telespectadores como o espiritismo enxerga a vida após a morte e como acontece o processo de reencarnação terrestre.

Para os mais céticos, como este que vos escreve, Nosso Lar passa a impressão de ser um lugar burocrático, cheio de departamentos e cargos. Nada é de graça. Para ver a família é preciso trabalhar. Apenas quando se alcança um bônus de horas trabalhadas é que você precisa mostrar o relatório para o departamento de comunicação que vai avaliar se você está preparado para rever parentes na Terra. Enfim, Nosso Lar me pareceu bastante com Brasília.

Wagner Assis, diretor e roteirista do projeto, talvez precisasse de maior estrada para comandar um filme como Nosso Lar. Algumas cenas estão mal interpretadas e precisariam ser refeitas. O elenco conta com atores globais de prestígio como Paulo Goulart, Ana Rosa, Clemente Viscaíno e Othon Bastos, mas infelizmente é justamente no elenco o ponto mais fraco do filme. Os personagens André Luis e Lisias vividos por Renato Pietro e Fernando Alves Pinto ficam a desejar.

Por outro lado, Nosso Lar é prova que o cinema brasileiro está evoluindo, aumentando o leque de temas abordados. O filme como um todo funciona e vale a pena ser assistido porque cada um tem sua crença e sendo assim, pode avaliá-lo de outra perspectiva. De qualquer modo, a adaptação da obra de Chico Xavier poderia até ser mais simples, porém com personagens mais bem trabalhados.

FONTE:http://www.campinas.com.br/colunistas/artigo.asp?cod_conteudo=24240

Um comentário:

simaocomunicacaovisual@hotmail.com disse...

a lei de evolução, único determinismo da Lei Divina, certamente acabará por mostrar à humanidade, mais uma vez, o caminho, já que a Espiritualidade Maior tem um plano de desenvolvimento para o planeta, como também para todo o Universo. A caminhada evolutiva da humanidade pode sofrer desvios em seu rumo, devido o livre-arbítrio humano relativo, porém nunca será impedida. Se não foi da forma planejada, será de outra, aproveitando as condições oferecidas pelo momento.

Os desvios ocorrido com o Cristianismo, com a Reforma Protestante e com o Movimento Espírita não impedirão a evolução do planeta, embora a tenha retardado. Talvez, então, caiba à própria Ciência – (uma vez que as religiões falharam) – através do estudo e comprovação das leis do mundo espiritual, convencer a humanidade da transitoriedade da vida material, dando assim ao ser humano a motivação para sua melhoria moral, levando-o a percorrer o caminho para um mundo melhor, ao Reino dos Céus.